domingo, 16 de janeiro de 2011

Ainda somos os mesmos.


Sou uma pessoa que tem uma relação muito atípica como o passado.
Não gosto de ficar dissertando  sobre o  que passou e dizendo: aquilo sim era tempo bom. Acho que durante a vida toda temos tempos bons e ruins. Ficar querendo que aquele passado volte é perda de tempo...é contra a lei do relógio.
Sou do lema vamos em frente que atrás vem gente e quem vive de passado é museu.
Esse passado que me incomoda é aquele que as pessoas  ficam voltando séculos  dizendo...sou descendente de nobres da Europa, minha família tem sangue azul e deixou um enorme castelo por lá. Ou então...ficar relembrando coisas perdidas... imóveis, carros e herança, ou ainda ficar falando mal dos tempos atuais como se as décadas passadas fossem exemplos de perfeição  para a humanidade.
Não sou uma pessoa sem sentimentos que deixe para trás as verdadeiras e boas lembranças de fatos da vida ...essas sim, são os únicos bens que levaremos para a eternidade.
Mas porque estou falando tudo isso? Bem...ontem a noite  saímos para mais um ótimo programa em família e fomos todos (os cinco) no mesmo carro.
Isso sempre que acontece nos proporciona momentos de muitos risos e as vezes também de acaloradas discussões sobre certos assuntos, afinal...família é família.
Quando as crianças eram pequenas, toda vez que entravamos no carro, meu marido sempre criava algum tipo de brincadeira para distrai-las. Eram disputas acirradíssimas para ver quem formava palavras com as 3 letras da placa do carro da frente, ou então somar, dividir e multiplicar os números das placas, para encontrar um determinado resultado. Talvez até esse tipo de incentivo,  tenha colaborado na formação dos  dois talentos  nas áreas de exatas (Thiago) e humanas(Thaís) que temos em casa.
Ontem  quando voltávamos de Campinas, olhei para o céu e comentei...gente... olhem que lua linda! Meu marido imediatamente começou a cantar a música  Malandrinha , interpretada por Martinho da Vila, que fala sobre a lua. Pronto....foi o que faltava para começarmos uma daquelas brincadeiras....escolhia-se uma palavra que aparecesse em alguma placa de estrada e ganhava quem achasse uma música com a tal palavra.
Essa brincadeira rendeu muita...mas muita risada a ponto do Thiago e da Thaís chorarem de rir ao relembrar uma tal música da jibóia que tinha a palavra jóia sugerida em alguma placa.
Por uns 30 minutos  todos voltamos no tempo  e nosso carro parecia aquele de 15 anos passados, quando a gente saia para os passeios de final de semana.
O passado....passou, mas nada impede o presente de ser tão maravilhoso quanto ele,  porque afinal de contas... ainda somos os mesmos.