Cheguei perto e vi que era um filhote de passarinho.Até pensei que ele estivesse morto ,por ser tão novinho e estar praticamente imóvel.
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Papudo, no dia que o encontrei |
Peguei ele nas mãos e vi que respirava. Minha primeira reação foi olhar as árvores próximas da minha casa para encontrar o ninho que ele havia caido, mas nelas não tinha ninho algum. Então o jeito foi cuidar dele na tentativa de faze-lo sobreviver.
A primeira questão foi: como alimentar uma coisinha tão pequena e com o que? La fui eu pra salvação...o poderoso Google e descobri que ração de cachorro seria uma opção. Ótimo por sinal...porque ração de cachorro é o que não falta aqui em casa.
Batizei o pequeno de Papudo, porque ele estava com o papinho cheio quando o encontrei. Coloquei ração de molho na água pra ficar molinha e passei a alimenta-lo assim.
Papudo cresceu, criou penas e asas enormes, ja experimenta alguns voos estabanados mas ainda depende de mim para alimenta-lo.
alçando seus primeiros voos |
As pessoas perguntam o que farei com ele e minha resposta é uma só: assim que eu achar que ele já consegue voar e se alimentar sózinho vou deixa-lo bater asas para encontrar os de sua espécie.
Outras pessoas acham que por eu te-lo criado ele não vai ser capaz de se virar sózinho. Eu penso o contrário. Não estou criando ele fora do seu habitat. Ele é uma espécie de pássaro que não vive em mata nativa e tem muitos de sua espécie pelas redondezas. Ele vai seguir seus instintos como já demonstra nas revoadas e bicadas que dá em coisas que lhe chamam a atenção (como nas minhas unhas pintadas por exemplo)
Assim como o Papudo nossos filhos fazem o mesmo caminho. Temos eles debaixo de nossas asas até o dia em eles podem voar sozinhos.
É a passagem de mais uma etapa concluida da vida. Alguns dizem que nessa época muitas mulheres são acometidas da "sindrome do ninho vazio".
Meus dois filhos ja levantaram voo..meu filho casou-se e minha filha foi estudar longe de casa, mas eu não sinto o meu ninho vazio.
Meus filhos voam mas estão sempre por perto. Acho que o ninho pra eles vai ser sempre um ponto de referencia na vida, uma espécie de porto onde sempre farão uma escala nas idas e vindas.
Quanto ao Papudo...só a natureza vai dizer se ele irá pra longe ou não , mas com certeza sempre haverá no meu quintal uma tigelinha de água e ração esperando por uma visitinha dele.
no aconchego de um ombro amigo |